ALMA POETA

O poeta guarda no sil�ncio da alma
uma g�lida sensa��o de que algo ainda lhe falta.
Aprende a esconder em si os segredos
mais restritos de sentimentos v�rios no cora��o.
� um instrumento vivo e louco que exprime
palavras que a boca n�o fala, mas que os olhos
denunciam e retratam motivos por dentro...
quer de amor, �dio ou paix�o!

O poeta bem sabe que uma folha de papel
pode se transformar na mais m�gica e perfeita
forma de desabafo do que tem guardado
no peito e que s� a ele � de direito saber.
Todo poeta � tamb�m um louco ou insano,
que, mesmo humano, n�o parece desse mundo.
Tem a vida pautada em sonhos mil,
e a esperan�a febril em seu jeito de ser.

Aquiete-se, poeta, e procure o seu lugar!
N�o alimente no �mago o que n�o � direito seu!
Esquece os sonhos imposs�veis e alimente-se
apenas do que se pode e deve possuir!
Sonhe, sim, mas acorde vez em quando...
olhe � volta e enxergue o que pode ser alcan�ado,
mesmo que lhe pare�a pouco por estar apaixonado.
Se recluse e guarde o que sente apenas para si.

Agora poeta, meio insano, meio louco,
continue a esconder seu sil�ncio
e nele cerre os olhos determinado a esquecer
o que o sonho alimentou-lhe o cora��o.
Lembre-se que de outros voc� n�o � diferente,
e o que su"alma sente, o cora��o esquecer�.
Ah, vadio poeta! Guarde o que voc� tem no peito:
um pouco de amor, �dio e paix�o.

(MARCO MOTTA)