Durante s�culos infecundos de domina��o romana, que subjugou a Gr�cia e tomou dela o t�tulo de supremacia, o teatro grego evoluiu muito, servindo inclusive como um grande meio de comunica��o, que promovia nas massas rea��es diversas. As pe�as abordavam temas pol�ticos que ironizavam, instru�am, explicavam, de forma que, no final das apresenta��es das trag�dias, para animar o p�blico, era de responsabilidade dos comediantes distrair o p�blico. Os comediantes da �poca se inspiravam nos homens que realizavam os c�nticos das prociss�es dionis�acas (ditirambo), sendo que os gregos entendiam que a com�dia n�o passava de situa��es absurdas, protagonizadas por personagens ridicularizados. Apesar de tratar-se de um esc�rnio para com as diversas situa��es subjetivas � �poca, a com�dia n�o deixava de passar informa��es importantes, criticando e at� maldizendo pessoas de grande notoriedade e organiza��es. A com�dia que se fazia na �poca era sensual, de improviso, e buscava retratar os deuses em suas rela��es com os humanos.
Os romanos gostavam dessa encantadora arte de se entreter o p�blico, mas temiam a ironia e o esc�rnio com os deuses, de forma que optaram por escolher autores como Menandro (342 � 291 a.C.), que abordavam a com�dia de maneira mais �tica e elegante. Por entreter as massas, Roma aceitou de bom grado a forma de se fazer arte pelo vi�s da com�dia, realizando noColiseu e nas outras arenas de gladiadores pequenas montagens m�rbidas de humor negro, que normalmente, antes da carnificina, abordavam temas relacionados � morte e lutas sangrentas, de forma escrachada e absurda. Assim, a com�dia grega foi assimilada pelos romanos que inseriram-na em sua cultura, o que perdurou mesmo ap�s a derrocada do imp�rio e o surgimento de ideais crist�os.
Nem mesmo com a chegada do Cristianismo e a derrocada de Roma, esses costumes mudaram, de forma que as pessoas continuavam a adorar as lascivas com�dias, cujas interpreta��es art�sticas eram feitas � base de pantomima (imita��o estilizada do personagem). Por�m, no s�culo V, a igreja passou a associar esses atos a sacril�gios graves, impondo castigos inexor�veis que logo impuseram aos atores a rigidez implac�vel dos cat�licos, que somente permitia a encena��o de assuntos voltados � sua religi�o.