A ARTE DE SER ALGU�M
A solid�o e a invisibilidade do ser caminham de m�os dadas. Sozinho �
aquele que n�o aparece para os outros, que tem medo at� de se olhar no
espelho porque a pr�pria imagem aparece como uma companhia inexistente.
H� pessoas que passam a exist�ncia em busca de aprova��o, sem
realmente estar nessa busca e sentem-se sempre como uma p�lida cor no
quadro da vida.
Elas querem ser vistas, amadas, apreciadas, mas n�o saem do lugar, ficam sempre � espera que um reconhecimento haja.
Mas o que torna uma pessoa vis�vel ou invis�vel aos olhos dos
outros? Ningu�m precisa ser importante no sentido de possuir coisas ou
ser um ser extraordin�rio para que possa ser visto ou amado. N�o s�o as
outras pessoas que nos tornam vis�veis ou invis�veis, solit�rios ou
cerdados de pessoas, somos n�s.
Quando damos de n�s, vamos deixando pedacinhos do nosso eu nos
outros, de maneira que vamos nos tornando presentes e inesquec�veis. As
pessoas sempre querem se aproximar daquilo que lhes faz bem, que �
positivo, est�o sempre voltadas para aquilo que vai valoriz�-las de
alguma forma.
Quem reclama que n�o se sente amado, n�o se sente procurado, que
acha que passa pela vida como uma forma vazia e sem import�ncia, deveria
ver o mundo pelo outro lado da janela, de fora para dentro.
Fa�a o contr�rio, aja, ame, torne-se algu�m pelo menos para algu�m,
seja aquilo que voc� gostaria que os outros vissem em voc�. Ningu�m deve
ter o poder de nos transformar, n�s devemos ter o poder e a
possibilidade de trabalhar do nosso interior para o exterior. Somos n�s
que nos constru�mos ou nos destru�mos, que aparecemos ou desaparecemos.
As pessoas v�m em n�s o que parecemos a elas. Elas n�o nos fazem, a menos que permitamos. N�s nos fazemos!
Se sentimos essa necessidade de sermos queridos e apreciados,
queiramos e apreciemos. � imposs�vel esconder uma luz numa noite escura
e, creiam, o mundo atual � para muitos uma noite escura e sem estrelas.
Sejamos ent�o uma luz. E as pessoas com necessidade disso vir�o a n�s.
Estaremos assim cumprindo nossa miss�o, daremos o que precisam e
recuperaremos em n�s o que precisamos para nos sentir inteiros e
saciados.
Embora as pessoas fa�am parte da nossa hist�ria, elas n�o a
escrevem. N�s o fazemos, com todos os instrumentos que temos ou aqueles
que nos inventamos.
As marcas dos nossos passos s� podem ser deixadas por n�s mesmos.
[Let�cia Thompson]
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