bom dia

"Se o povo � analfabeto, s� os ignorantes estar�o em termos de o governar"
Ruy Barbosa



A Constitui��o de 1988 restaurou as liberdades democr�ticas. N�o nos ensinou, por�m, como exerc�-las, livres da corrup��o e do carreirismo. Bastam o mensal�o e o hor�rio eleitoral para ver o est�gio em que nos encontramos. Em vez de mensagens consistentes, objetivas, que transpirem sinceridade, o que se assiste � a uma esp�cie de circo mambembe, com momentos de Escolinha do Professor Raimundo. Demagogos tentam nos convencer de que s�o infal�veis e aptos a operar milagres. A exig�ncia da ficha limpa trouxe enorme progresso. N�o bastar�, entretanto, para impedir a presen�a de elevado n�mero de despreparados, iletrados e corruptos, que usam de todos os recursos para se elegerem prefeito e vereador. � a prolifera��o bacteriana de tipos como Z� do g�s, Chico ambulante, Mulher Pera, Denise massagista, sargento J�lio, pastor Tobias, dr. Arist�bulo, Helena da lot�rica, Zuleica cartomante, � procura de bom emprego e mordomias.

A responsabilidade pela mediocridade dominante cabe a poderosos dirigentes partid�rios, cujo objetivo � a vit�ria, pouco importando o pre�o a pagar. Legendas s�o negociadas de conformidade com a lei da oferta e da procura. O malabarismo eleitoreiro � pat�tico.


Min�sculas legendas, que agrupam meia d�zia de FRUSTRADOS, insistem em marcar presen�a, sem chances de eleger um s� prefeito ou vereador. Servem-se do dinheiro p�blico para formular, pelo r�dio e pela TV, solu��es desvairadas, totalmente divorciadas da frieza or�ament�ria.




Pretendem transformar o Brasil em vasto acampamento de servidores p�blicos, mantidos pelo Tesouro. Inspiram-se no falido modelo cubano e na ditadura venezuelana, e ignoram o elevado grau de rejei��o entre o eleitorado.

O povo, tal como anotou Aristides Lobo no epis�dio da Proclama��o da Rep�blica, assiste a tudo bestializado, at�nito, surpreso. A Constitui��o, no af� de ser exemplo de democracia, escancarou as portas a todos os estilos de abusos. Al�m de sujeito ao horroroso e ofensivo hor�rio pol�tico, o brasileiro � obrigado a votar!!.





. Quanto � C�mara Municipal, o cen�rio � des�rtico. Nada indica que tenhamos avan�ado no terreno da qualidade. A car�ncia de nomes e a multiplica��o de pretendentes conhecidos pelo apelido, sem curr�culo, surgidos do nada indicam que continuaremos na mesma, sem Legislativo independente e sem o �rg�o cujo dever seria colaborar com o Executivo nas boas iniciativas, mas disposto a mant�-lo sob r�gida fiscaliza��o.

Elei��es municipais s�o a antev�spera de 2014. � por meio delas que os partidos procuram lan�ar bases locais de apoio para disputas futuras. Em troca de favores agora recebidos, prefeitos e vereadores ser�o porta-vozes de candidatos a deputado estadual e federal, senador, governador, presidente, independentemente do m�rito e de acordo com a bolsa de cada um. Aqui reside o perigo. Foi a partir dos munic�pios que o PT, em poucos anos, chegou � Presid�ncia da Rep�blica, de onde n�o pretende sair nunca mais, e que trag�dia para o Pa�s...

Se quisermos erradicar a corrup��o e impedir a presen�a de tiriricas na vida p�blica, devemos come�ar j� com criterioso uso do voto. Se assim n�o for, dentro de dois anos se repetir� o espet�culo circense, com resultados previs�veis.

Vem-me � lembran�a velho morador de Capivari, no interior paulista, a quem cidad�o proeminente se queixava da ca�tica situa��o pol�tica da cidade e do Pa�s. Com a experi�ncia acumulada em muitos anos de vida, respondeu o homem do povo: "N�o se aborre�a, vai ficar pior..."