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Milton Simon Pires
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13/06/2013 �s 22:15

A MARCHA DOS SEM HIST�RIA � O NASCIMENTO DO HOMEM-MARCHA

O s�culo XX foi o s�culo da marchas. Grandes, pequenas, em nome de Deus, contra Deus, a favor e contra os diversos regimes pol�ticos, lideradas por Trostsky, Gandhi ou Hitler, tanto faz.. Marchou-se em nome dos sem terra, dos sem teto, dos sem escola, pelo sufr�gio universal, pelo direito das minorias� Desde o voto feminino at� a legaliza��o da maconha, as ruas foram tomadas e o transito foi interrompido praticamente em nome de tudo.
N�o � preciso fazer for�a para perceber algo que existia em comum em todos estes movimentos: uma forte no��o do seu tempo. Cada manifestante, desde 1917 at� o maio de 68 sabia muito bem que marchava para que a hist�ria n�o se repetisse nos erros ou que mudasse em dire��o �a um mundo melhor�. Sabia-se que havia ontem, hoje e amanh�..que algo havia sido herdado e alguma coisa ficaria para o futuro. As pessoas ainda �tinham hist�ria�, mas aos poucos um fen�meno interessante passou a ocorrer � o conte�do da luta passou a ser substitu�do pela forma. Cantando �quem sabe faz a hora, n�o espera acontecer� uma gera��o inteira � a de 1968 � misturou Sartre com Mao Tse Tung num verdadeiro del�rio de ativismo em que pouco importa o motivo da manifesta��o; a manifesta��o � o seu pr�prio motivo.
Desde os movimentos da Universidade de Berkley at� o Facebook, as marchas vem mudando num sentido perigoso�.N�o existe mais, hoje em dia, como um identificar o perfil daquele que participa de uma determinada manifesta��o. Cara-pintada ou cara-limpa, foice ou mouse de computador na m�o, nasceu o homem-marcha: aquele que faz da marcha o seu pr�prio destino e que integrado na nova ordem deixou de subir montanhas e atravessar desertos porque isso n�o se faz mais necess�rio.
O ativista do seculo XXI tem na internet a sua estrada e no discurso do lugar-comum a sua bandeira. N�o h� valor moral a orient�-lo capaz de superar a import�ncia do n�mero de ades�es ao seu Blog. Quanto mais seguidores algu�m tem na internet, mais verdadeiro deve ser o seu discurso. Dane-se portanto todo esfor�o acad�mico (necessariamente individual para ser verdadeiro) e toda hist�ria pregressa. Esque�a-se o recolhimento, o poder da humildade e da ora��o.
A verdadeira hist�ria n�o existe para o Homem-marcha. Para ele, o que existe s�o interpreta��es cuja veracidade � conferida por aquele bot�o da rede social: �curtiu� ou �n�o curtiu�. V�tima da desconstru��o, do estruturalismo e outras escolas de pensamento que beiram a esquizofrenia, o ativista do s�culo XXI � uma �interpreta��o em busca de um fato�. Ele jamais vai aceitar que 1968 n�o � o �ano que n�o acabou�, mas sim o ano que �jamais deveria ter come�ado�. N�o h� legado algum deixado pelos doentes que misturaram filosofia com LSD e se revoltaram contra a Guerra do Vietn� apoiando o mao�smo, e � esse o ber�o do homem marcha.
Ainda crian�a o homem-marcha foi abusado por Focault e abandonado por Derrida. Adolescente, sua primeira camiseta tinha uma foto de Che Guevara. Defendendo o Sistema �nico de Sa�de mas com um bom convenio para sua fam�lia, ele hoje acredita na Revolu��o Cubana e frequenta a Quinta Avenida em Nova York enquanto seus filhos dirigem a UNE (Uni�o Nacional dos Estudantes) sempre com orienta��es de Jos� Dirceu.
Vagando de blog em blog e dormindo em redes sociais diferentes o homem-marcha se move como um fantasma pela internet sempre buscando uma �causa para sua interpreta��o�. Bolsista de si pr�prio, acredita que a Hist�ria tem uma d�vida com ele e no dia do grande acerto de contas a suas respostas v�o estar na ponta da l�ngua � elas aguardam apenas a pergunta certa.
Questionado sobre Deus, ele afirma acreditar �numa energia superior�. Abordado na sua opini�o sobre os homossexuais ele diz que sexo � �uma op��o de cada um�. Perguntado a ele qual o maior risco que a ra�a humana enfrenta hoje em dia a resposta imediata � �o aquecimento global�.
Verdadeiro morto-vivo da nossa �poca o homem-marcha � um prisioneiro. Sua cela n�o tem tempo nem espa�o pr�prios. Ele se debate entre as flores do movimento hippie e as marretas que derrubaram o Muro de Berlim, e chora trocando as letras dos Beatles com Michel Tel�. Suas bandeiras trazem dois lemas � �isso sempre foi assim� e �eu n�o sabia de nada�.
Pobre homem-marcha que caminha num mundo virtual procurando �companheiros�para ajudar a formar a �ltima marcha da sua vida..A Marcha dos Sem Hist�ria.

Porto Alegre, 11 de janeiro de 2013."




tonio cunha
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14/06/2013 �s 2:30

�FASCISMO � MOVIMENTO DE DIREITA�. Vamos ver o significado.

fascismo
fas.cis.mo
sm (ital fascismo) Pol�t Sistema nacional, antiliberal, imperialista e antidemocr�tico, fundado na It�lia por Mussolini e que tinha por emblema o fascio, isto �, o feixe de varas dos lictores romanos.

Onde esta a conota��o de movimento de direita? O termo pode ser muito bem empregado em qualquer sistema pol�tico ou movimento que tenham estes objectivos.