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Hoje, ‎4‎ de ‎mar�o‎ de ‎2014, ‏‎11 horas atr�s
heee, o Sol, o Sol de hoje cedo a 600m do solo, s�..

...nas anteriores tem texto, vai l�, e grato por visitar...

ah, bom texto da net:

ARNALDO JABOR (ele � um chato!!)- O Estado de S.Paulo


"O novo carnaval de rua tem algo de ocupa��o das cidades, de uma fome de democracia muito diferente dos tempos em que as primeiras damas da ditadura davam uns passinhos de samba nos camarotes da Sapuca�. Nos foli�es das ruas, h� quase um desejo de morrer esmagados, num fervente formigueiro onde todos se sentem um grande "um".

Hoje, as mulheres do carnaval travam uma competi��o fren�tica de bundas e seios e eu me pergunto: o que querem elas provar? Querem nos levar para o fundo do mar como sereias, querem destruir nossos lares, querem mostrar que o sexo sem limites resolver� os problemas do Brasil?

Talvez. No carnaval, vemos que nosso inconsciente cultural est� � flor da carne. Quanto mais civilizado o pa�s, mais fundo � o recalque. J� imaginaram a cascata de bundas na Su��a?

O carnaval quer transformar a cultura em natureza. As mulheres que flutuam no ar dos desfiles est�o al�m do desejo real. Conquistadas, elas seriam reais. Mas nosso desejo quer t�-las assim: inating�veis met�foras.

O Ocidente tem o "rock", sem duvida. Mas, em geral, o "rock" fala de uma certa luta transgressiva, de uma pretensa revolta social (hoje, bem falsa) e n�o da moleza feminina do carnaval.

O carnaval � feminino; o "rock" � de homem.

No carnaval, os homens querem virar mulheres. Todos querem ser tudo: os homens querem ter seios e fecundidade e as mulheres querem ser �geis e sedutoras m�quinas de excitar p�nis dan�antes. Da�, a import�ncia do travestimento no carnaval, que � um para�so gay. O mundo macho tem muito a aprender com as mulheres no carnaval, as filhas das mucamas, das escravas lindas com o sonho das estrelas de Hollywood. Ali�s, os musicais americanos s�o pr�ximos do carnaval. Quem inventou as escolas de samba na tela foi o Busby Berkeley.

Nas ruas, est�o os blocos dos anjos de cara suja, os blocos das escrotas, o bloco dos vagabundos, dos b�bedos ornamentais, da crioulada pobre.

Essa produ��o de significados novos s� se d� ali, no meio dos exclu�dos do mundo "clean". S� os sujos s�o santos. Ali est� a surda revolta contra o trabalho desumano e sem amor, o exorcismo da mis�ria, o prazer de escrachar a beleza �bvia do universo do bom desenho. Pela destrui��o dessa beleza "limpa", vemos a invas�o de uma poesia grotesca que atravessa os s�culos desde Brueghel, Bosch, Cervantes, Rabelais, passando por Goya, Ensor e tantos outros, desaguando no barroco brasileiro do caos colorido.

Alguma coisa muito profunda est� oculta na loucura desses marginais. S� ali, nas ruas sujas, est�o as tr�s ra�as brasileiras entrela�adas na esperan�a da suruba total, de um casamento grupal doido: negros, brancos e �ndios dando a luz a um grande beb� mesti�o e gargalhante que ensine ao mundo que a vida � arte e a l�gica careta � a morte."

legal neh




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