O senador Otto Alencar (PSD-BA), integrante da CPI da Covid, cobrou neste domingo, 1º, a responsabilização do presidente Jair Bolsonaro pelo apoio do tratamento precoce ao longo da pandemia. A cloroquina e outros remédios defendidos pelo presidente não têm respaldo cientÃfico contra o novo coronavÃrus. O parlamentar se manifestou após o Estadão mostrar neste sábado, 31, com base em estudo da consultoria LLYC, que Bolsonaro foi o principal influenciador no apoio ao kit covid nas redes sociais no primeiro ano da crise sanitária. A LLYC rastreou cerca de 20 milhões de menções a cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina na rede social Twitter. No total, 1,85 milhão de contas foram analisadas. Com um algoritmo, foi possÃvel organizar os perfis de acordo com a posição sobre o tratamento precoce: neutro, favorável e contrário. No estudo, Bolsonaro é o principal influenciador sobre o assunto na plataforma no primeiro mês após o inÃcio da quarentena, de março a abril, e depois entre agosto e o fim de 2020. Alguns dos picos de menções ao assunto também estão ligados ao presidente - como em julho, quando ele divulgou ter se infectado e adotado o tratamento com hidroxicloroquina. Para Alencar, as evidências poderão servir de base para a responsabilização de Bolsonaro por infração de medida sanitária preventiva, crime previsto no artigo 268 do Código Penal. "Ele não é médico, não tem formação na área de saúde e não tinha como estar receitando hirdoxicolorquina ou qualquer outro medicamento", afirmou o senador ao Estadão ontem. A CPI retoma os trabalhos nesta semana. Folhapress.