UM GRITO
Meus bra�os se envolvem na ilus�o
e meu corpo arde num estranho desejo.
E dentro de mim uma ins�lita solid�o
por n�o ter voc� comigo, por n�o ter seu beijo...
Meu peito quer insurgir-se contra o mundo
e ansioso gritar a ang�stia desesperada.
Descobre-se e revela-se nesse amor t�o profundo,
que assume o risco de uma alma apaixonada...
E sem ter mais como recuar, escapar ou fugir,
ele clama por socorro venha de onde vier.
Temeroso meu cora��o n�o quer mais sorrir,
porque sofre a saudade de quem se faz t�o mulher.
Outra vez me pego nessa solid�o maldita,
que sequer minh"alma pode deixar-se extravasar.
E percebo minha voz, agora rouca e aflita,
correndo pelas ruas por seu nome a gritar!
Como agir nesse momento extremo de dor,
quando a vontade � de sair correndo e te buscar?
Como controlar a inseguran�a desse amor,
que n�o consegue mais te esquecer? S� te amar?
E sobre esse meu fr�gil e envolvido cora��o,
me responda o que devo com ele fazer?
Numa dolorosa s�plica ele grita na escurid�o
do peito sofrido: n�o posso mais te esquecer!
(MARCO MOTTA)
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