EM BREVE

 
Um calafrio no peito e um estranho fremir

que na face me faz mudar o semblante...

Uma sensa��o de sobriedade que foge

das raias do meu entendimento...

Um perdido e vago pensamento que voa distante

em busca da afirma��o de uma esperan�a:

Quando nos teremos?


Nessa tresloucada amargura interior,

calo-me diante do que me cai por realidade:

somos esp�cimes que vagueiam por incertos

e desconhecidos campos da nossa ilus�o.

Outra vez me calo e me pergunto:

Por que, se tanto nos queremos?

 
Mas de uma coisa certamente sabemos:

nossos corpos se queimam de desejo,

se ca�am freneticamente � busca de um beijo

que nos confirme esse amor sem medida.

E os perdidos e viajantes pensamentos persistem

em nos mortificar nessa desesperada �nsia louca.

E em nossos devaneios nos encontramos:

face a face. Boca a boca.

E nada mais na vida nos importa!

Mas, afinal, quando nos veremos?


Quando nos tocaremos para que n�o seja

apenas uma doce ilus�o em n�s?

Hoje, por nos sentirmos t�o distantes e s�s,

choramos a dor desta massacrante saudade

e por mais que n�o queiramos, vem a realidade

e nos mostra o que verdadeiramente somos:

esp�cimes que se amam, mas que perdem o

leg�timo direito � vida que explode em n�s,

nesse amor que ultrapassa as raias de um

incontrol�vel desejo contido no peito!

Um desejo que meu corpo guarda e escreve...

 
Quando esse nosso amor viveremos?

Em breve, meu amor... muito em breve!

 
(Marco Motta)