


MEDO DA SOLID�O
A margem da solid�o se aproxima.
Sinto o latejar das veias me incomodando,
como querendo me avisar que o tempo
se esgota rapidamente dentro de mim.
Cerro meus olhos e evito fitar
o espa�o � minha frente,
porque nele temo vislumbrar a hora final.
No infinito temo ver meu fim!
Reconhe�o minha tolice n�o nego.
E nem mesmo o amor
(esse amor que no peito carrego)
consegue me tranquilizar.
Pressinto, ent�o o perigo!
E como um sem-vida,
Pelas ruas fico a vagar.
Ruas desertas - que se parecem comigo.
Ela vem chegando.
Aterrorizante e cruel!
Procuro escapar de suas garras
afiadas, mas o seu poder � maior que o meu.
Escondo-me.
Acovardo-me temendo as feridas
que elas podem me causar...
Seria essa mais uma obra do destino?
Em completo desatino
tento fugir da solid�o que
rapidamente se aproxima.
Conseguirei! Ser�?
At� que n�o me tome por completo a escurid�o,
vou tentando disfar�ar o medo que sinto.
Medo de mim... da solid�o!
(MARCO MOTTA)


