PEDRAS
Pedras. Muitas pedras.
Espalhadas no caminho.
Pedras. De todas as formas e cores.
Caminhar por elas tem sido
um exerc�cio de sobreviv�ncia.
Pedras. Muitas pedras.
Juntas ou separadas.
No caminho. Na estrada.
Pedras. Atiradas contra mim.
Pedras. Fujo delas.
Me esquivo, mas me atingem mesmo assim.
Dia de sol. Dia de chuva.
Vento forte. Tempestade.
E as pedras ali, espalhadas no caminho.
Raios. Trov�es.
E as pedras ali, espalhadas no caminho.
E as pedras ali, espalhadas no caminho.
No caminho.
Salto uma a uma. Procuro passagem.
E a passagem entre as pedras
cada vez mais imposs�vel.
Dia turvo. Dia cinzento.
E as pedras ali, espalhadas no caminho.
Atiradas em mim.
Sufoco. Desespero. Ang�stia!
Um arco-�ris se forma.
Ilumina as pedras.
Um espet�culo de cores.
E em mim... solid�o!
Pedras. Tristes e cru�is.
Pedras coloridas.
Um tom muito belo.
Deixo as pedras pelo caminho.
S�o tantas... s�o v�rias,
mas entendi que n�o posso
com elas construir meu castelo.
(MARCO MOTTA)
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Lei n� 9.610/98,
Viol�-los � crime estabelecido pelo Artigo 184
do C�digo Penal Brasileiro