N�o sabes as noites que passei acordada
Na beira da tua cama, chorando e pedindo a Deus,
Que lhe curasse o interior e a alma...
N�o sabes das dores de parto,
A qual passou pr� te gerar...
N�o sabes o quanto sofri, ao te ver com febre,

E eu nada podia fazer para abaixar o calor do teu corpo
Tu n�o sabes, o quanto eu andei a procura de uma solu��o
Para o teu mal, em quantas ruas escuras eu atravessei,
Procurando algo para lhe curar o corpo...

Tu n�o sabes a dor de uma m�e,
Ao ver o feto que ela carrega no ventre
Se esvair em sangue, numa rua deserta.
Tu n�o sabes o que � esperar um filho,
Por anos, e ele ser tirado dos seus bra�os...
Em apenas um segundo...

Tu n�o sabes da dor, de perder uma m�e,
Como se nunca fosse mais v�-la
N�o sabes o que � perder um marido,
Em �nsias a bebedeiras, e v�-lo morto no ch�o.

Tu n�o sabes o que � ver teu irm�o preso,
Por agress�es a tua cunhada, por um desequil�brio mental
E voc� ter que chorar longe, sem nada poder fazer,
Pr� ajudar de concreto... Ah... Voc� n�o sabe...
N�o conhece as guerras do meu mundo...

Voc� n�o conhece a dor de um profeta,
Que era pr� t� profetizando para as na��es,
Estar no fundo do po�o, chorando por noites
Inteiras... Por algu�m como tu,
E voc� nem percebe, e
Nem me conheces?
Medo? Medo...

Eu tenho de gente sem cora��o,
Gente que n�o tem amor, que � seca por dentro,
Desse tipo de pessoas eu morro de medo,
Pois eu sou p�ssaro engaiolado,
Que ergue v�o, todas as noites, e fogo da minha dor,
Na minha imagina��o, no meu pr�prio c�u...

Quem �s tu pr� me dizer, que n�o posso ir e vir
Aonde eu quero?
Tu n�o �s ningu�m pr� mim,
J� foi, passou... N�o te gerei... esvai-se em sangue.
Numa noite fria, numa rua deserta,

O que restou... Uma lembran�a,
Apenas isso e uma dor profunda no peito,
De uma m�e, que n�o conseguiu gerar seu filho,
E a dor de saber que ele nunca entendeu sua m�e.

L�dia Lima de O.Soares.