(...)Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! ? num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! ? disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci�
[Olavo Bilac. Delirios]

MINHA NUDEZ


Voavas sobre a minha nudez
Como p�ssaro de primeiro v�o,
Descobrindo mist�rio de selvas
E de �guas correntes
Que v�o � dire��o do mar,
Unindo-se em beijo agridoce
Num gemido sacr�lego
Da minha garganta pag�,
Abrindo portas de catedrais profanas,
Onde, devoto, genuflexo recebias,
A h�stia sagrada do meu corpo
Em rito de luz iluminando altares
Vindo do meu humano prazer
Que n�o se apaga, s� esmorece,
Voltando a brilhar intensamente
Com o toque sutil dos l�bios teus
Nos interruptores dos meus seios...

Maria Hilda de J. Al�o.