E aqui estou, cantando.
Um poeta � sempre irm�o do vento e da �gua:
deixa seu ritmo por onde passa.
Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo ch�o os sinais do meu caminho
e n�o vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.
Tamb�m procurei no c�u a indica��o de uma trajet�ria,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os oper�rios de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha algu�m gostar de mim?
[Cec�lia Meireles]
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Bom fim de semana , obrigado, Lenynha.