Desconcertas-me ou fazes zangar-me�ou�o de ti o que n�o espero ouvir. n�o naquele momento.E espero o que nunca ouvirei. Juro que tento compreender cada sil�ncio teu. �s vezes, sinto-me usada, como se apenas precisasses do meu corpo para curar o teu, do que te magoaram, na pele e no cora��o. Das marcas que te deixaram no pensamento. Nunca serei uma cura. sabes isso bem melhor que eu. Mas tentas que eu seja um analg�sico para a dor da saudade. ou nem sei se chego a ser isso. Talvez uma anestesia que, por momentos, te faz esquecer aquilo que n�o queres ser. Aquilo que n�o aceitas ser. e eu n�o entendo essa avers�o a ti pr�prio. E se n�o gostas de ti, posso perguntar-te se, afinal, gostas de mim? �s vezes duvido desse amor de que nunca te ouvi falar; mas que tu dizes existir, em atos e em sil�ncios. Em beijos e nas m�os onde descansam as minhas, quando as puxas para ti. Nos beijos que trocas comigo, quando o tempo nos rouba os minutos, e os segundos, velozmente!
Afinal que sou eu para ti? � mais f�cil para ti, arremessares-me as cr�ticas, apontares-me os defeitos do que temeres dizer-me algo que,�s vezes, me faz falta ouvir de ti? Faz-me falta uma rosa, um doce embrulhado em papel prateado, tudo � unidade. porque n�s somos feitos de tanta coisa. e somos feitos de nada.
De n�s j� espero pouco. J� esperei tanto. De mim, sei que ainda esperas tudo. Que isto passe, de todas as vezes que acontece; deste ciclo de tempestade e bonan�a entre n�s; continuas a esperar que me entregue a ti com a mesma paix�o de sempre. E eu, de ti j� espero pouco mais que desejo. porque de ti, j� nem sei se existe paix�o. Ou se at� existiu. O desejo ainda consigo entend�-lo, em quase impercept�veis gemidos que me deixas no pesco�o.
Resumo tudo a um desejo de estarmos juntos, de percorrermos o corpo um do outro.De consumirmos a urg�ncia do desejo urgente de nos termos.Tens�me de corpo e alma. Dizes-me que tamb�m te entregas assim. mas sinto-te apenas o corpo. Talvez n�o te saiba tocar a alma. Chamas amor. aquilo que acabamos sempre por fazer. Amor. Mas esse contempla mais que o ato. E o ato, precisa mais do que dois corpos, que se inflamam a toques de olhares. e os olhares precisam de palavras. e eu preciso delas. Agora mais que nunca.