Chovia.
E fazia frio.
A viagem tinha sido divertida e longa, o cansa�o aliado a um susto rodovi�rio tinha posto a adrenalina em alta.
A paix�o seguia no banco da frente, ao lado do condutor.
De olhos fixos na estrada, ela n�o sabia para onde ia, apenas ao que ia. E suspirava de antecipa��o.
A casa surgiu, imponente, no cume do monte. Fria, de paredes rochosas, o port�o impunha respeito, mas o Z�zere acalmava-a.
As
janelas n�o brilhavam, nem transmitiam a sensa��o de casa, o gelo
via-se nos vidros e ela sentia-se uma formiga na paisagem imensa que a
rodeava.
Entraram.
E fazia frio.
Procuraram aquecer-se � lareira enquanto as roupas secavam.
A paix�o
parecia imperturb�vel, como se j� tivesse vivido tudo aquilo, ela n�o
queria parecer ansiosa, suspirando a cada gargalhada for�ada que fingia
dar.
Queria voltar para casa.
O quarto foi apresentado. Frio.
Feio. Denotava-se a completa aus�ncia de vida naquela casa. Ela olhou
para a cama, ao lado uma janela, pequena como o cora��o dela. Abriu o
roupeiro, procurou algo que como que por magia transformasse aquele
s�tio num ninho. Uma colcha branca era a �nica coisa que l� jazia.
Jazia porque cheirava a nada.
Ela sentou-se.
Ele sentou-se. Procurou a sua boca e beijou-a. E o cora��ozinho bateu descompassadamente sem saber o que estava a sentir.
Uma m�o no peito e ela hesitou�para depois continuar.
A paix�o cheirava a s�ndalo, a terra molhada e a lareira. N�o cheirava a amor. Mas ela n�o sabia.
Deitou-a na cama e despiu-a. Ela fechou os olhos e ouviu uma cascata.
N�o houve palavras de amor sussurradas ao ouvido, nem juras de amor eterno, apenas um cheiro a Inverno.
N�o houve beijos apaixonados, nem suores pelo corpo, nem dor, nem alegria.
Houve uma cascata e um Z�zere confortante como companhia.
E da maneira que tudo come�ou, tudo acabou.
N�o
se sentia feliz, nem triste. Estava feito. N�o chorou, nem sorriu, nem
t�o pouco se sentiu diferente. Sentia-se igual. Talvez desapontada com
tantos filmes de Hollywood que se revelaram grandes f�bulas.
Sentou-se na cama a vestir-se.
A paix�o sorriu-lhe. Beijou-lhe os l�bios e apressou-se a ir ter com os outros.
E ela descobriu o que era sexo. Frustrante.
Decidiu que n�o havia de sofrer e decidiu-se ela pela viagem de regresso.
Queria desligar o c�rebro mas tal era imposs�vel.
E regressou a casa.
N�o chovia.
N�o fazia frio.
�As pr�ximas vezes ser�o muito melhores!�
E deixou-se adormecer, embalada por um sonho.
Texto tirado do di�ria da anjinhaa...� copie por favor � pessoal
>