Justamente no dia que é celebrado o dia do meio ambiente, dia 5 de junho, eu me deparei com essa reportagem, que alguns pássaros da espécie Japiim, encontrado principalmente no Estado do Amapá em sua área litorânea, estão utilizando lixo marinho, principalmente redes de pesca, na construção dos seus ninhos, o que de fato é algo curioso, e os pesquisadores começaram a estudar sobre isso, apesar de já terem projetos de preservação do lugar.
Essa notÃcia nos remete muito mais a nós seres humanos, do que aos próprios animais. As vÃtimas são eles, só estão tentando sobreviver, diante das nossas ações. Assim como tem se aumentado bastante a aparição de onças em vários Estados, em zonas urbanas e com isso tem ocorrido fatalidades. Os animais estão de fato se adaptando conforme a realidade do ecossistema que eles têm hoje. Acredito muito que nos humanos, assim como os animais, passamos por processos parecidos. Quantas vezes a gente tem que se adaptar e se ajustar à s mudanças que ocorrem na nossa vida. Apesar de sermos animais racionais, muitas das vezes as outras espécies nos mostram com maior capacidade lidar com as situações diárias de uma forma mais amena e sábia.
Muitas das vezes na nossa existência, acontecem certas coisas que nos causam frustração, e em boa parte não sabemos lidar com tal sentimento. A gente se acostuma, com certos ambientes, pessoas, e quando se muda a direção, nos sentimos estranhos, uma borboleta no aquário. É um porre você se dedicar tanto a algo, e no final as coisas não saÃrem como planejado e esperado. Claro que hoje, com mais maturidade, eu tenho mais discernimento sobre o que me cabe, o que eu tenho controle, e honestamente eu não tenho mais tanta pressa como alguns anos atrás. Eu já fui uma pessoa muito estressada, com zero paciência, e com isso houve algumas desistências, porque eu queria tudo pra ontem, o que me gerou infinitas frustrações, e não saber lidar era mais complicado ainda. É interessante, que se frustrar vem mais da gente, do que propriamente do outro.
Desde que eu me tornei uma mulher 30+, boa parte da minha forma de ver o mundo e as pessoas se transformam diariamente, é meio que um fluxo contÃnuo. Eu sou uma pessoa mais segura, e principalmente eu me mostro como exatamente eu sou pra vida, alguém real, que erra, acerta, e mesmo cheia de defeitos, eu sei exatamente o que eu trago pra vida das pessoas, por simplesmente saber quem eu sou! Não tenho receio ou pudor de alguma coisa, eu só busco versões melhores de mim, mesmo com as cicatrizes e partes quebradas. Desde quando eu aprendi a me amar, e ter consciência do meu valor e da minha grandeza, até as minhas partes quebradas se tornaram uma das coisas mais lindas que tenho. Porque ser vulnerável e frágil é ter coragem de se mostrar como é, assumir o que você está se tornando, sem medo de ser julgada por isso.
Um exemplo disso, é que na nossa infância tÃnhamos uma visão muito genuÃna do mundo, muito sem crÃticas, muito limpa, mas nós não tÃnhamos como protegê-la, pois, nós não sabÃamos o valor que isso tinha naquela época. E rapidamente, alguém veio e á tomou de nós, nos dizendo que era momento de crescer, que aquilo não tinha nenhum valor, e nós meio que fomos perdendo isso aos poucos. Só que com o passar dos anos na vida adulta, juntamente com o meu crescimento e evolução, eu consegui recuperar e resgatar aos poucos essa visão terna da criança que me habita, e hoje eu tenho condições de me defender, e não permito que ninguém arranque isso de mim. É perceptÃvel que quando estamos nesse processo de amadurecimento, voltamos a sentir o mesmo frescor, a mesma visão lúdica da vida, é um reencontro com a pureza da infância, mas agora com consciência, e é nossa responsabilidade proteger e cultivar essa candura com sabedoria.
— .(Escrito dia 13/06/2025, às 06:58).