Quero fazer uma confiss�o esta noite
porque a noite e a rua foram jantar juntas.
Quero dizer que amo uma mulher
cujo corpo n�o me d�
o seu calor esta noite,
cuja aus�ncia � um ronsel laranja.
Quero dan�ar com minha sombra
para que o seu rumor chegue at� ela
e ela saiba que eu lhe dou a noite,
toda senhora.
Quero escrever coisas que n�o se esvae�am
com o sol,
que a chuva as fa�a flores
que cheirem a ela.
Quero que as minhas m�os voem,
voem em sil�ncio
onde ela guarda os seus sonhos�
sonhos que me pertencem
porque eu lhe perten�o.
Quero que ela fique, fique sempre,
quero ser a sua voz
quero ser o seu sorriso verde,
quero ser a sua chuva no cabelo,
quero am�-la mais do que ningu�m
ama ningu�m.
Quero dizer-lhe, aqui e agora, que a amo
com a minha voz baixa,
com o meu ar de outono lento,
com o meu sabor de beijos poss�veis.
Quero que os p�ssaros sejam
os meus mensageiros de saudade.
Quero que o mundo comece quando ela vir.
Quero sonhar acordado com o seu tacto entre as
minhas m�os
a percorrer ela em sil�ncio o meu peito
e acordar com ela junto de mim,
calada e doce.
Quero s� eu dizer-lhe sentimentos
que aceleram o cora��o,
o seu cora��o apaixonado,
eu gosto da sua timidez.t
Quero nadar na sua boca sem horizontes.
Quero os versos todos do planea
a falarem dela,
versos curtos de violetas,
versos firmes de cravos,
versos perfumados de rosas.
Quero suster os seus p�s no ar
e trazer ao seu peito gaivotas fi�is

Autor Xavier F. Conde